Atual diretoria da ANCP completa seis meses
Desde que assumiu em janeiro de 2017, a atual diretoria da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), vem trabalhando em diversas frentes com objetivo de divulgar os Cuidados Paliativos e pleitear melhorias para os profissionais paliativistas brasileiros. Nos últimos seis meses os diretores participaram de eventos e realizaram diversas atividades.
A primeira ação da diretoria após assumir a nova gestão foi entrar em contato com os associados para conhecer melhor quem é a ANCP. Como diz a prática de Cuidados Paliativos, primeiro escute. “Através de uma pesquisa via e-mail, os associados puderam expressar quem são, o que fazem, o que esperam e como gostariam de participar da ANCP”, explica Daniel Neves Forte, presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos. O resultado foi surpreendente: 733 associados responderam. As informações colhidas na pesquisa podem ser conhecidas clicando aqui. Depois de conhecer melhor os associados, o passo seguinte foi conhecer melhor os diretores. Em março, na cidade de São Paulo, aconteceu reunião entre a diretoria nacional com os presidentes e mais um membro de cada uma das 5 diretorias regionais. Foi uma reunião de planejamento estratégico e uma excelente oportunidade para troca de percepções e alinhamento de expectativas e de projetos. Mais informações sobre a reunião podem ser acessadas clicando aqui.
Com base nestes levantamentos, foram criados Comitês de Trabalho na ANCP. Estes comitês reúnem membros oficiais e, em breve, deverão ser abertos para demais profissionais interessados. O objetivo de cada comitê é mapear e otimizar as forças dos paliativistas brasileiros nas diferentes áreas de atuação possível do Cuidado Paliativo. A partir disto, buscar a aproximação da ANCP com as sociedades profissionais correspondentes, e se possível, desenvolver em parceria um currículo mínimo de competências para o Cuidado Paliativo Geral, feito por não paliativistas nas suas áreas de atuação. Os seguintes comitês já foram lançados e estão iniciando seus trabalhos: Comitê de CP em UTI, Comitê de CP em Psicologia, Comitê de CP em perineonatologia, Comitê de reforma estatutária. Em breve, devem ser lançados os Comitês de CP em Geriatria, CP em Pediatria, CP em oncologia e CP em enfermagem.
Um ponto crítico que dificultava o crescimento da ANCP era o site. “Graças ao caixa deixado pelo trabalho dedicado e compromissado da gestão anterior, a atual diretoria pode trabalhar na reformulação do site”, explica André Filipe Junqueira dos Santos, vice-presidente da ANCP. Agora a comunicação com os associados e com a sociedade em geral é realizada de forma mais dinâmica, interativa e eficaz. Outro ponto foi o mapeamento dos serviços de cuidados paliativos no Brasil. Unindo duas iniciativas que começaram ano passado, e com a ajuda de diversos profissionais, em especial do Dr. Ricardo Tavares, o levantamento inicial foi concluído. O Mapa dos Cuidados Paliativos Brasileiros atualizado está disponível no site da ANCP e pode ser acessado clicando aqui. Os serviços de CP que não estiverem cadastrados e quiserem fazer parte do mapa podem entrar em contato e pedir sua inclusão
Com objetivo de avaliar a saúde financeira e fiscal da ANCP nos últimos 10 anos, foram realizadas várias reuniões com escritório de contabilidade. Com isso foi possível sanear pendências, além de regularizar a declaração de imposto de renda de pessoa jurídica. A intenção é em breve disponibilizar todas as receitas e despesas no canal transparência no site.
Ampliar a participação da ANCP nas demais esferas de representatividade do nosso país também foi uma prioridade nestes primeiros seis meses de gestão. Com isso foi possível obter duas conquistas importantes: a participação no CFM e no CONSINCA. Por meio de oficio enviado pela ANCP, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou a inclusão da ANCP na Câmara Técnica de Cuidados Paliativos. Uma conquista muito importante institucionalmente para a ANCP que de agora em diante terá uma cadeira fixa na câmara. A outra foi a participação no Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Câncer (CONSINCA), formado por entidades de âmbito nacional, representativas de vários setores. É um Conselho que contribui, de forma decisiva, para elaboração de atos normativos relativos à estrutura e financiamento da atenção oncológica no país. Tem um papel importante na atualização da política nacional para a prevenção e controle do câncer. Essa participação só foi possível graças ao apoio do grupo de Cuidados Palitivos do INCA, e em especial, da Dra. Germana Hunes. Mais uma conquista institucional, que será um legado para as próximas diretorias.
Além disso, a ANCP tem trabalhado intensamente e diretamente em conjunto com o Ministério da Saúde na elaboração de uma política nacional de Cuidados Paliativos para o Sistema Único de Saúde (SUS). É um trabalho desafiador e grande, que precisa de tempo, mas que está cada vez mais na direção deste salto de qualidade. Dentro desta estruturação dos Cuidados Paliativos no Brasil, a diretoria da ANCP enviou ao Conselho Federal de Medicina (CFM,) carta resposta referente ao ofício n° 1599/2017-CFM/DECCT, que trata do reconhecimento da Medicina Paliativa como Especialidade Médica. O documento apresenta a fundamentação para o pedido de reconhecimento, contendo inclusive proposta para o programa de formação do especialista.
Enquanto estas construções caminham, a diretoria da ANCP tem trabalhado junto a Associação Médica Brasileira (AMB) na elaboração da prova de Área de Atuação de Medicina Paliativa, prevista para acontecer dentro do I Congresso Paulista de Cuidados Paliativos que ocorrerá em novembro deste ano.
Durante o período também foi realizada a primeira reunião para a reforma do estatuto da ANCP. A reunião foi organizada por Milena Souza, tesoureira da ANCP, e contou com a participação de Rudval Souza da Silva, enfermeiro e associado da ANCP e da secretária de relacionamento com o associado, Regina Ramos. A convite da Deputada Federal Mara Gabrilli, o presidente da ANCP, Daniel Neves Forte esteve presente, em evento na Câmara Municipal de São Paulo, para falar sobre estratégias de implantação da Lei Brasileira de Inclusão (LBI). Na ocasião a ANCP teve a oportunidade de falar sobre Cuidados Paliativos, desmistificando e informando sobre o que é, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A indisponibilidade de medicação para a dor na Venezuela, incluindo opioides, levou à Sociedade Venezuelana de Medicina Paliativa (SOVEMEPAL) divulgar uma carta pública expondo a situação do país a fim de conclamar as autoridades e agências governamentais da área da saúde a tomar medidas urgentes para sanar o problema. A ANCP recebeu esta carta pública e se posicionou institucionalmente de forma solidária à situação vivida pela SOVEMEPAL, afirmando que independente de posições políticas ou ideológicas, a ANCP reconhece que o tratamento da dor é internacionalmente reconhecido como um Direito Humano fundamental, e que se solidariza com a SOVEMEPAL e abre suas portas para que os colegas possam se expressar em busca por um cuidado melhor aos pacientes, seja onde estiverem. Além disso, a ANCP se tornou signatária de uma carta da Associação Latino-Americana de Cuidados Paliativos de apoio à SOVEMEPAL.
Todos estas atuações aconteceram enquanto os Cuidados Paliativos e a ANCP aparecem cada vez mais na mídia, despertando e envolvendo cada vez mais pessoas na questão. Nestes primeiros seis meses, importantes reportagens abordando diversas questões sobre cuidados paliativos foram publicadas nos principais meios de comunicação do país. Todas as matérias podem ser acessadas clicando aqui.
Participação em Eventos
A diretoria também esteve presente em eventos internacionais como o Congresso Europeu de Cuidados Paliativos, que aconteceu em maio em Madri, Espanha, que teve uma presença marcante de brasileiros. Foi um encontro memorável para os brasileiros gerando networking e também aproximação com a ANCP. O Congresso foi uma ótima oportunidade para a diretoria nacional se aproximar ainda mais da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), além de aprofundar contatos com a Associação Latino-Americana de Cuidados Paliativos (ALCP), a Sociedade Espanhola de Cuidados Paliativos (SECPAL), a Associação Argentina de Medicina e Cuidados Paliativos (AAMCP) e a própria Associação Europeia de Cuidados Paliativos (EAPC).
O diálogo com outras sociedades profissionais também tem se intensificado. A ANCP foi convidada a participar dos congressos brasileiros da Sociedade Brasileira de Oncologia, de Cirurgia, de Cirurgia Oncológica, de Pneumologia, de Medicina Intensiva, de Radiologia Intervencionista, de Melanoma, além de participar de eventos nas mais diversas regiões do país. A diretoria tem apoiado e organizado também diversos eventos regionais. Entre os dias 28 e 29 de Abril, participamos do I Congresso de Cuidados Paliativos do Amazonas, que contou com representantes de todos os estados da região norte. O congresso contou com a presença de Mirlane Cardoso, sócia fundadora da ANCP e médica pioneira em cuidados paliativos na região amazônica e no Brasil, além da médica paliativista Simone Henriques, e dos diretores da ANCP André Filipe Junqueira dos Santos e Milena dos Reis Bezerra de Souza. No final do congresso acadêmicos de várias instituições de ensino de Manaus se reuniram fundando a Liga de Cuidados Paliativos de Manaus. Além disso, o lucro advindo do congresso fora doado para a Fundação Dr. Thomas, importante instituição que presta serviços à população idosa de Manaus. “Saímos de Manaus com sensação de missão cumprida! O Congresso fomentou a criação da primeira Liga de CP da região amazônica, esses futuros profissionais serão responsáveis pela disseminação de conhecimento e assistência de qualidade”, diz Milena Reis, tesoureira da ANCP.
Entre outros eventos que também contaram com a presença da ANCP estão o I Simpósio de Cuidados Paliativos, organizado pela Liga Acadêmica de Cuidados Paliativos da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais no dia 18 de março, o I Simpósio de Dor e Cuidados Integrados, realizado pela Santa Casa de Alfenas entre os dias 11 e 13 de maio, o III Congresso de Cuidados Paliativos do Mercosul, realizado em Pelotas entre os dias 14 e 16 de junho, o VII Fórum Oncoguia, que aconteceu na capital Paulista nos dias 27 e 28 de junho. Entre os dias 6 a 8 de Julho, aconteceu o SOBRICE – Congresso da sociedade brasileira de radiologia intervencionista. Milena dos Reis Bezerra de Souza, tesoureira da ANCP, representou a entidade. “Nossa gestão tem uma marca: relacionamento! Relacionamento com os associados, com a sociedade civil organizada e também com outras especialidades médicas. Vários procedimentos minimamente invasivos podem melhorar a qualidade de vida de nossos pacientes, reduzir tempo de hospitalização, vindas aos prontos socorros e , consequentemente, custos. Às equipes de cuidados paliativos precisam se apropriar do conhecimento quanto às principais indicações e também possíveis complicações, bem como, às equipes de radiointernvenção, quanto ao prognóstico e proporcionalidade das intervenções”, diz Milena Reis.
Futuro
Para os próximos meses a ANCP pretende iniciar a organização do maior Congresso de Cuidados Paliativos do país. “Uma competente comissão baiana foi formada e já esta trabalhando. Em breve divulgaremos a data e o local do evento, que acontecera em Salvador em 2018 e promete ser histórico”, diz Daniel Neves Forte, presidente da ANCP. Também pretende inaugurar em breve sua nova sede, localizada na Zona Oeste de São Paulo. Em sistema de coworking, o local contará com sala de trabalho com espaço para armazenamento de arquivos e para o trabalho de secretaria e comunicação. Em novembro realiza o I Congresso Paulista de Cuidados Paliativos com valores especiais para seus associados.
“Já se foram os seis primeiros meses da nossa gestão. Alguns cabelos brancos a mais, algumas conquistas, muitas histórias e muita experiência de vida. Tenho a sensação de que estamos crescendo, juntos com tantas pessoas que batalham pelos cuidados paliativos e com um grande objetivo em comum: que os Cuidados Paliativos sejam oferecidos com qualidade para todas as pessoas que sofrem com doenças graves em nosso pais. E queremos que a ANCP seja a casa e o local de encontro dos paliativistas brasileiros. É um desafio enorme, mas é também uma sensação de que são estas as batalhas na vida que valem a pena ser batalhadas. Pretendemos continuar trabalhando muito e continuamos abertos para escutar e para aprender com todos.”, diz Daniel Neves Forte.