Doulas da Morte
Por Mindy Helyea – End Of Life Doula
Embora o papel das Doulas do Fim da Vida (End of Life Doula) esteja crescendo nos Estados Unidos, o nome em si permanece desconhecido para a maioria das pessoas. A palavra Doula, que vem do grego e significa “mulher que ajuda a outra”, e que há muito consola as mulheres durante o parto ampliou-se. Agora é mais abrangente e engloba voluntários masculinos, femininos e funcionários certificados – estão ajudando cada vez mais pacientes idosos a realizarem o desejo de morrer em casa, e não em hospitais ou casas de repouso. Assim como um bebê recebe ajuda para nascer, enquanto Doulas podemos ajudar um ser humano na hora de sua morte.
As instituições americanas “The National Hospice and Palliative Care Organization” apoiam o movimento: “Desde que eles passem por um processo de treinamento, acho que podem complementar o trabalho da equipe de cuidados paliativos muito bem”, diz John Mastrojohn III, vice-presidente executivo da organização. “Quanto mais pessoas ajudarem um paciente e uma família, melhor.”
Complementando o trabalho dos profissionais de Cuidados Paliativos, as Doulas oferecem apoio emocional e espiritual. Elas geralmente ajudam os pacientes no final de suas vidas a refletir sobre o significado da vida, realizam rituais reconfortantes, incluindo toques suaves e mãos dadas. Elas vão ler para os pacientes ou tocar música favorita. Um papel importante das Doulas e dar assistência para as famílias, explicando os sinais e sintomas no processo de morte para a família e ajudá-los a saber o que vem a seguir.
A Doula, o paciente, família e equipe de profissionais de Cuidados Paliativos atuam como uma equipe. Um dos papéis mais importantes de uma doula é fornecer um fluxo constante e regular de apoio até o último suspiro e mesmo depois da morte. As Doulas também ajudam os membros da família durante o processo de luto, o que pode levar algum tempo. Grande parte do treinamento para se tornar uma Doula da Morte está em torno de criar um espaço silencioso e ser uma presença constante para o paciente e a família.
Com o rápido crescimento desta profissão, é muito provável que o termo Doula da Morte se torne muito mais reconhecido, e este profissional passe a ser procurado pelas famílias durante um período de grande necessidade e vulnerabilidade. Muitos cuidadores familiares certamente podem se beneficiar deste auxílio, cujo foco principal é fornecer suporte e cuidado. É certo que todo o apoio emocional, espiritual e social são fundamentais no processo de morte para o paciente e o familiar. A nossa intenção é trazer conforto e facilitar o processo de morte para todos os envolvidos. Queremos que todos aprendam a ter uma relação mais amigável com a morte.
Mindy Helyea, é Doula da Morte de Salt Lake City, no estado de Utah, nos Estados Unidos e está entre os convidados internacionais da II Jornada Eduardo Alferes de Cuidados Paliativos que acontece nos dias 21 e 22 de Setembro na cidade de Bauru.
Mais informações e inscrições no site: http://jornadacuidadospaliativos.com.br/