Equipe Interdisciplinar de Cuidados Paliativos Oncológicos do Hospital do Câncer de Londrina
No ano de 2008 teve início a Equipe Interdisciplinar de Cuidados Paliativos Oncológicos do Hospital do Câncer de Londrina (EICPO). Na época a coordenação da equipe do hospital de caráter filantrópico era feita pelo médico Luis Fernando Rodrigues, um dos precursores dos Cuidados Paliativos no Paraná. Mas foi em 2016, que a instituição inaugurou um setor intra-hospitalar exclusivo da equipe. O espaço conta com nove leitos direcionados para internação de pacientes em cuidados paliativos, exclusiva para usuários do SUS, e com uma equipe treinada e preparada para oferecer o atendimento necessário aos pacientes e seus familiares.
Segundo o atual coordenador da equipe, o médico Marcos Lapa, atualmente a equipe é formada por seis médicos (não exclusivos), seis enfermeiros, dez técnicos de enfermagem, uma psicóloga (não exclusiva), uma assistente social (não exclusiva), uma fisioterapeuta, um capelão (não exclusivo), uma voluntária (enfermeira com especialização em cuidados paliativos e docente aposentada). “Contamos ainda com os serviços da fonoaudiologia, nutrição e farmácia clínica do hospital”, pontuou.
O médico informa também que a equipe atua em diversas modalidades, desde o atendimento ambulatorial, internação hospitalar, interconsulta, até o atendimento domiciliar e UTI adulto. “Todos pacientes oriundos exclusivamente do próprio Hospital do Câncer e encaminhados pelo seu médico titular, através de pedido de parecer”, declarou.
Em 2019 a equipe atendeu 2.178 pacientes no total. A média mensal de atendimentos foi de 115 pacientes em ambulatório médico, 55 pacientes em internação hospitalar e 11 pacientes em atendimento domiciliar. “A grande maioria possui doença oncológica avançada, porém também acompanhamos casos para controle de sintomas naqueles pacientes ainda em tratamento modificador de doença ou portadores de síndromes dolorosas secundárias à sequelas terapêuticas” explicou o coordenador da equipe.
Marcos Lapa chama atenção para o trabalho feito no serviço que é o de treinamento de profissionais da área da saúde, através de estágios e visitas técnicas oferecidas. Para estágio curricular obrigatório são recebidos residentes de medicina em cirurgia oncológica e oncologia clínica do próprio hospital. Também são recebidos para estágio curricular obrigatório residentes em clínica médica da Universidade Estadual de Londrina e em medicina de família e comunidade da Prefeitura Municipal de Londrina, assim como residentes de enfermagem da mesma universidade. E como campo de estágio para os alunos do 8° período de Medicina da PUCPR-Campus Londrina, durante disciplina obrigatória do curso.
O coordenador da equipe destaca que o grande diferencial é ter a maior parte da equipe com formação específica na área, bem como a educação continuada dos membros. “Acreditamos ter grande impacto na qualidade do atendimento prestado aos nossos pacientes, outro ponto diferencial é possuir um setor de atendimento exclusivo, estruturado fisicamente para proporcionar um ambiente mais acolhedor, confortável e humanizado em ambiente hospitalar” ressaltou.
Além disso, a equipe realiza outras ações como educação para a comunidade com um grupo de apoio a pacientes portadoras de câncer de mama metastático, encontros de autocuidado com a equipe dentro e fora do ambiente de trabalho, e algumas experiências com Terapia da Dignidade.
Porém a equipe ainda enfrenta dificuldades em seu dia a dia. Entre elas está a necessidade de aumento dos atendimentos em geral, pois o número de profissionais é insuficiente para atender a demanda reprimida em todas as áreas de atuação já estabelecidas, assim como em outro setores onde não há equipe atuante de forma consistente, como a pediatria e o pronto atendimento. “Apesar das dificuldades, contamos com uma equipe interdisciplinar comprometida, além de total apoio e reconhecimento da direção do hospital pelo trabalho realizado” afirmou Marcos Lapa.
Informamos que as informações e opiniões apresentadas nesse texto são de responsabilidade do entrevistado, não necessariamente reflete a opinião da ANCP