Estudo mostra que chances de uma morte tranquila são três vezes maiores para pacientes de demência com diretivas antecipadas de vontade
Um estudo recente publicado no periódico PLOS One mostrou que pacientes de demência em fase terminal que residem em casas de repouso mostram bem menos medo e ansiedade em relação à morte se eles tiverem seu testamento vital.
Os pesquisadores analisaram respostas coletadas em 89 casas de repouso na Bélgica, com foco nos cerca de 200 residentes que tinham demência quando vieram a óbito. Os residentes que haviam completado as diretivas antecipadas de vontade eram três vezes mais propensos a experimentar menos medo e ansiedade em seus últimos dias, segundo o estudo. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão baseados nas respostas de familiares, obtidas por meio de uma escala específica de avaliação.
O item “ter uma ordem de não-ressuscitar” foi particularmente relacionado a um processo de morte mais calmo, segundo os responsáveis pelo estudo. Já a existência de um documento com ordens por escrito do clínico geral não tinha nenhuma associação com esse aspecto do processo da morte, assim como a comunicação verbal entre enfermeiras e pacientes e/ou familiares.
O estudo não foi desenhado para determinar por que as diretivas antecipadas de vontade têm um efeito emocional positivo em pacientes terminais, mas os investigadores ofereceram algumas explicações possíveis. Uma delas é o fato de os familiares, certos de que seu ente querido estava recebendo o tipo de cuidado preferido, projetavam uma maior sensação de calma ao residente. Outra razão é o efeito causado por uma diretiva antecipada de vontade: ao desenvolvê-la, inicia-se um processo psicológico que ajuda o paciente a morrer em paz.
Considerando que apenas 17,5% dos residentes nesse estudo tinham diretivas antecipadas de vontade, o estudo conclui que o testamento vital deveria ser mais comum e que o processo de planejamento antecipado deve começar o mais cedo possível para pessoas com demência.
Fonte: eHospice