Liga de Cuidados Paliativos da Universidade de Ribeirão Preto já registra aumento no interesse sobre o tema
A Liga Acadêmica de Cuidados Paliativos da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) está em seu segundo ano e já registra um aumento no interesse dos alunos no tema de Cuidados Paliativos. Entre as muitas atividades desenvolvidas este ano, está prevista para outubro a I Jornada de Cuidados Paliativos da UNAERP, cujo objetivo é divulgar e elucidar as práticas de paliação.
Na entrevista a seguir, Ana Paula Tavares, presidente da Liga Acadêmica de Cuidados Paliativos da Universidade de Ribeirão Preto, fala sobre a história e os objetivos da Liga.
Quando a Liga foi criada? Por quê? Por quem?
A Liga Acadêmica de Cuidados Paliativos da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) foi criada em 2012 e as atividades tiveram início em março de 2013. A ideia da Liga surgiu da vontade de se conhecer mais sobre a prática de cuidados paliativos, pouco abordada durante os anos iniciais da graduação, e foi idealizada pelas acadêmicas Ana Paula Tavares, Annine Soares de Souza e Mariana Lopes Mendonça, graduandas do curso de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto, e pela professora doutora Mariana Freiria Duarte Garcia.
Quantos profissionais são associados da Liga atualmente?
Hoje, contamos com 2 profissionais médicos e 15 acadêmicos, mas já vemos um aumento no interesse. Em nosso primeiro ano de atuação contamos apenas com 17 inscritos na prova de ingresso para a Liga e trabalhamos com 11 membros, incluindo 3 da diretoria. Neste ano contamos com 50 inscritos e aumentamos as vagas para 15.
De que maneira a Liga atua?
A Liga atua com blocos teóricos e práticos. As aulas teóricas são quinzenais, com uma hora e meia de duração, e são ministradas pelos alunos membros da Liga, com supervisão das professoras coordenadoras. As aulas são abertas para acadêmicos de todas as graduações envolvidas com as práticas de cuidados paliativos, sendo os visitantes em sua grande maioria acadêmicos do curso de medicina.
Já o bloco prático é composto por práticas ambulatoriais e de enfermaria. As práticas de enfermaria são realizadas no centro de terapia intensiva do Hospital Beneficência Portuguesa, onde aplicamos todas as escalas de Cuidados Paliativos. Durante a semana os alunos que estão no internato (10ª etapa) avaliam o paciente segundo sua funcionalidade e nos finais de semana os alunos membros da Liga dão continuidade na avaliação. Os membros são distribuídos em grupos de 3 alunos e realizam 5 finais de semana por ano – assim, todos os finais de semana do período letivo são cobertos pela Liga. Queremos criar um protocolo de atendimento para esses paciente eletivos para Cuidados Paliativos. As práticas ambulatoriais acontecem semanalmente (cada membro é obrigado a realizar 8 ambulatórios anuais) juntamente com a professora doutora Mariana Garcia na disciplina de Geriatria ministrada para o internato.
Como a Liga pode ajudar na formação mais completa do profissional de saúde?
Muitos médicos são formados sem saber que o morrer é inerente ao viver. São profissionais que sub-diagnosticam e subestimam a dor e o sofrimento. Hoje tenho certeza de que os membros da Liga, ao conhecerem as práticas de Cuidados Paliativos, serão profissionais capazes de ter empatia com a dor do paciente, melhorando e aprimorando a relação médico-paciente e respeitando aqueles que estão no fim da vida. É preciso que nós, enquanto profissionais de saúde, tenhamos a capacidade de ver o paciente como um todo, um ser que merece não só ter uma vida digna, mas também uma morte digna. Muitos chegam a nós acreditando que Cuidados Paliativos são sinônimo de não fazer nada, de abandono, e saem com a certeza de que esta prática é de suma importância para o indivíduo. Tenho certeza de que, por causa da Liga, formaremos médicos melhores.