Médicos de alma. Medicina paliativa é resposta para doenças sem cura
METRÓPOLES POR CAROLINA SAMORANO
Confundida com “eutanásia” e alvo de preconceito de médicos e pacientes, a medicina paliativa é fundamental para um fim de vida confortável
Quando se formou em medicina, há 15 anos, Érika Oliveira nunca tinha ouvido falar em cuidados paliativos. Na faculdade, aprendeu a reconhecer células e tecidos, a diferenciar órgãos saudáveis dos doentes. Ela, no entanto, não queria estar em um consultório para cuidar especificamente de coração, olhos ou pulmões.
No “catálogo” de opções que a formação tradicional oferece, Érika foi parar na clínica médica. Achava que a especialidade generalista daria sentido à sua vida profissional. Era, na verdade, só a porta de entrada a um mundo muito maior – e mais humano – da medicina.
“Eu queria o contato com o paciente, uma coisa que fosse o mais geral possível”, conta. Durante a formação, encontrava muitas vezes pacientes terminais isolados ou excluídos do contato com a família, sem ter seus sintomas bem tratados. Ela foi buscar nos livros um alívio para seus pacientes, algo além dos fármacos e dosagens. Sozinha, mergulhada nos estudos, topou com a medicina paliativa.
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