Nova diretoria assume ANCP
A nova diretoria da Academia Nacional de Cuidados Paliativos tomou posse ontem (10/01), numa reunião realizada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Da gestão 2014-2016 estavam presentes Maria Goretti Maciel (presidente) e Ricardo Tavares de Carvalho (diretor científico). Da gestão 2017-2019 participaram Daniel Neves Forte (presidente), Douglas Henrique Crispim (secretário geral) e Milena dos Reis Bezerra de Souza (tesoureira).
Mais do que uma simples discussão de trâmites burocráticos, a reunião teve um caráter simbólico. Doze anos depois de sua fundação por profissionais visionários e pioneiros, responsáveis por criar o movimento de Cuidados Paliativos como se conhece hoje, a instituição foi oficialmente passada para as mãos de uma nova geração de paliativistas, engajados e dispostos a trazer, paralelamente, continuidade e inovação ao trabalho construído nesse período.
Assim, as discussões burocráticas foram entremeadas por trechos da história dos Cuidados Paliativos no Brasil – dificuldades, controvérsias e conquistas. Entre os tópicos abordados durante a reunião destacam-se a evolução dos congressos realizados pela ANCP, o estabelecimento de parcerias nacionais e internacionais, o trabalho junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM) e à Associação Médica Brasileira (AMB) e o reconhecimento dos Cuidados Paliativos como área de atuação. Foi também comemorada a boa saúde financeira da entidade – a nova diretoria inicia sua gestão com um caixa de mais de R$ 300 mil.
Para o presidente Daniel Forte, o início da transição não poderia ter sido melhor. “Tenho um sentimento de gratidão pela generosidade excepcional com que tudo nos foi passado. Essa generosidade certamente nos dá confiança para fazer com que esse trabalho continue a crescer, da melhor maneira possível”, disse.
Segundo ele, uma das prioridades da nova gestão será seguir com a meta de transformar os cuidados paliativos em especialidade. No contexto da ANCP, o foco será aumentar o relacionamento com associados, dando mais voz a eles na entidade. “Queremos continuar com esse crescimento, iniciado por essa geração de pioneiros que tão brilhantemente superou os obstáculos. Faremos de tudo para promover um crescimento maior ainda”, completou.
Para a ex-presidente Maria Goretti Maciel, uma das fundadoras da instituição, uma das grandes conquistas da ANCP foi agregar pessoas Brasil afora, levando o discurso dos Cuidados Paliativos para os mais diversos cantos do país. A essa vitória somam-se dois outros marcos: a resolução 1805/2006 e o reconhecimento dos Cuidados Paliativos como área de atuação. “Isso é muito importante, porque cria o espaço da educação e a necessidade de formação. Tiramos os Cuidados Paliativos de uma status quase empírico e os colocamos no caminho da ciência”, afirma.
Goretti conta que a despedida da ANCP se dá de maneira “afetiva e efetiva”. “A Academia é como um filho e filho é assim: nasce do desejo e precisa criar, elaborar, educar. Encontramos muitas barreiras pelo caminho, acompanhamos muitas vitórias, mas uma hora ele cresce, né? E é prazeroso dizer “Vai, filho, vai em frente!”. Sinto a ANCP dessa forma: como um filho que cresce e tem que ir, e fico muito feliz com isso. Hoje é um dia feliz”, comemora.