Os Serviços de Cuidados Paliativos do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB)
O Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) é a maior instituição pública vinculada ao Sistema Único de Saúde na região. Conta com uma equipe de Cuidados Paliativos que tem atualmente duas médicas dedicadas, além do apoio de dois médicos especialistas em dor e cuidados paliativos, enfermeira, assistente social, nutricionista, psicóloga, dois auxiliares de enfermagem e uma secretária. A equipe atende em média por mês 80 pacientes ambulatorialmente. Na assistência domiciliar 16 pacientes e via interconsulta 40 pacientes.
A médica assistente do setor de Cuidados Paliativos do HCFMB, Laura Cardia Gomes Lopes, fala sobre os desafios e diferenças de realizar o trabalho de cuidados paliativos na área de neurologia. “Quando trabalhamos em cuidados paliativos neurológicos, atendemos pacientes com alguns tipos de doenças que compreendem desde um evento agudo grave até doenças degenerativas”, explica Laura Lopes.
“Os desafios são inúmeros. Mas temos que pensar primeiramente na peculiaridade do paciente neurológico”, explica Thays Antunes da Silva, médica assistente do setor de Cuidados Paliativos do HCFMB. Entre os pacientes assistidos existem casos de acidente vascular cerebral (AVC), que causa sequelas e a perda de funcionalidade e em casos mais graves podem levar a uma perda da consciência e com isso perda da autonomia para expressar seus desejos em relação aos cuidados. Outros casos são os diversos tipos de doenças degenerativas como as demências, por exemplo, onde o paciente tem uma doença com curso prolongado, e as perdas de função vão se somando, além da perda da autonomia. E também as que levam a perda importante de funcionalidade mas que preservam a cognição, como por exemplo, a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
“Todas essas situações implicam em necessidade de cuidador, em uma situação geralmente arrastada que acarreta tanto em sobrecarga emocional aos cuidadores e familiares, quanto sobrecarga financeira”, explica Thays da Silva. A equipe tem que tratar não somente dos sintomas do paciente, mas também da família, que, na maioria das vezes, tem grande angustia em relação ao prognostico, tanto no sentido do cuidado, como também no sentido da vida desse familiar. “No cuidado paliativo neurológico temos que ter paciência, e principalmente, caminhar juntos com o paciente e família, respeitando o tempo do paciente e sempre garantindo que nesse período ele terá a melhor qualidade de vida possível” explica Laura Lopes.
No futuro o Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), pretende também disponibilizar leitos próprios para o atendimento, com a criação de uma enfermaria de Cuidados Paliativos.
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