Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital do Câncer do Acre
Com atividades iniciadas em junho de 2007, o serviço de Cuidados Paliativos do Hospital do Câncer do Acre começou o atendimento com uma equipe composta por médico, enfermeiro, assistente social e nutricionista. Atualmente a equipe conta com sete profissionais, incluindo duas médicas sendo uma da família e comunidade e outra anestesiologista (cuidados com a dor), psicólogo, nutricionista, enfermeira, assistente social e técnico em enfermagem.
Segundo Holda Filha, médica da família e comunidade, e responsável pela equipe de Cuidados Paliativos do Hospital do Câncer do Acre, a equipe atua de forma inter e transdisciplinar, com os profissionais interagindo para atender todas as dimensões do ser humano – física, social, psicológica, espiritual e cultural.
Holda informa que os integrantes da equipe desenvolvem suas avaliações a partir dos problemas expostos pelo paciente e seus familiares. “Cada integrante da equipe desenvolve sua avaliação a partir dos problemas expostos pelo paciente e familiares, essas informações são compartilhadas entre todos, e então se define um Plano de Cuidados, a fim de promover qualidade de vida e conforto ao paciente e a todos os envolvidos no cuidado” explica. O serviço tem com rotina Reunião Familiar toda sexta-feira a tarde, com o intuito de discutir os melhores cuidados ao paciente.
A equipe atende em média 50 pacientes mensalmente, porém podem haver alterações conforme óbito ou encaminhamento pela oncologia clínica. Segundo Holda nos dias atuais a equipe não dispõem de leitos especializados para Cuidados Paliativos. “Não dispomos de nenhum leito especializado para Cuidados Paliativos, mas existe uma enfermaria Oncológica que consegue dar esse suporte, e ainda contamos com a Emergência Oncológica” pontuou.
A médica explica que atualmente a equipe dispõe de um número de celular para contato que tem como objetivo repassar orientações, tirar dúvidas e fazer o acompanhando dos pacientes que residem em outros municípios do Estado. Este telefone é de iniciativa da própria equipe, que é responsável pelas despesas com as contas por meio de um rateio entre seus integrantes.
De acordo com a responsável pela equipe, entre os desafios encontrados no serviço estão a estrutura, pois o prédio no qual trabalham encontra-se em reforma, e além disso compartilham um sala com outros profissionais. Eles também não possuem transporte efetivo para realizar as visitas permanentes e com rotina, e ainda faltam medicamentos para realizar um melhor controle de sintomas. “O maior dos desafios, é sem dúvida, a falta de incentivo e investimento no que se refere a educação continuada e capacitação da equipe”, destacou Holda.
Para Holda o trabalho com Cuidado Paliativo se difere completamente de todos os outros serviços de saúde. “É o único serviço hospitalar que consegue atender o paciente em todas as suas dimensões e aspectos como ser humano, e ainda consegue abordar a morte e o morrer, tentando levar essa temática com naturalidade para dentro das famílias”, disse.
Informamos que as informações e opiniões apresentadas nesse texto são de responsabilidade do entrevistado, não necessariamente reflete a opinião da ANCP.