Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital de Câncer do Maranhão
O Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital de Câncer do Maranhão, existe desde setembro de 2014. Com uma enfermaria com 10 leitos, tem em média mais de 50 pacientes internados no mês com alta rotatividade. Já no ambulatório a média de atendimento é entre 80 e 100 pacientes no mês.
Segundo o coordenador da equipe, o médico paliativista João Batista Santos Garcia, o serviço conta com uma equipe multiprofissional modelo, composta por médico, enfermeiro, assistente social, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista, fonoaudiólogo e capelão. “Essa equipe trabalha junto desde o início, estamos há cinco anos juntos com uma equipe bem treinada”, pontuou o médico que informou que a equipe costuma se reunir para discutir os casos, chamados rounds.
João Batista Santos Garcia informa que o serviço dispõem de diversas iniciativas, como o que é realizado pela Terapia Ocupacional com o “Cuidando do Cuidador”, e pela equipe de Psicologia para evitar stress com sobrecarga de trabalho. “No Cuidando do Cuidador temos um trabalho dirigido para o cuidador, e a equipe de psicologia realiza sessões mensais para cuidar das equipes e evitar burnout”, explicou o médico. Além dessas atividades também são realizadas na enfermaria sessões de cinema para os pacientes e familiares. “Existem várias atividades que vão além do médico que caracterizam o trabalho multiprofissional”, destacou.
Na área educacional, a equipe conta com um programa de educação continuada, com atividades programadas para o ano todo. “Nós fazemos atividades no hospital e convidamos toda equipe do hospital” explicou o médico que informa que a equipe também tem sua capacitação interna dentro do serviço na própria enfermaria. Além disso, o serviço conta com residência em medicina, enfermagem, psicologia e também a residência multiprofissional. “Eles passam no nosso treinamento, participam dos nossos rounds e ficam na educação continuada, e os alunos da graduação também passam na nossa enfermaria”, comentou.
O médico que também é professor da Universidade Federal do Maranhão na disciplina de Cuidados Paliativos, também criou um projeto de vivência para os alunos da graduação. “Criei um projeto chamado “Um dia no final da vida”, nele os alunos da graduação elaboram uma narrativa sobre a experiência deles nesse período que eles passam na enfermaria. O aluno escolhe um dos nossos pacientes que estão no fim da vida para escrever uma narrativa na qual ele fala das suas impressões sobre o que ele vivenciou, sobre o cuidado, e o que esse tipo de cuidado pode ter significado na vida do doente, e que aprendizado ele teve a partir desse contato”, explicou o médico.
Para o coordenador da equipe, um dos principais desafios enfrentados está no reconhecimento precoce de Cuidados Paliativos ou mesmo no reconhecimento intermediário. “Mesmo a nossa equipe estando em uma instituição como o Hospital de Câncer do Maranhão, nós ainda temos esse desafio, muitos dos nossos pacientes chegam para nós muito depois do que deveriam, mesmo com a realização da educação continuada com os profissionais da instituição, incluindo oncologistas e os cirurgiões, e tendo uma equipe modelo dentro do hospital, um dos nossos maiores desafios é mostrar para as pessoas e aos profissionais que o Cuidado Paliativo pode ser instituído mais precocemente”, destacou João Batista Santos Garcia.